O livro “Você É Aquilo Que Ama, de James K. A. Smith”, nos ajuda a reconhecer o poder formador da cultura e as possibilidades transformadoras das práticas cristãs; redirecionando nosso coração para o que de fato merece nossa adoração.
Separei algumas citações do livro ao final da minha leitura que gostaria compartilhá-las.
O livro trata dos hábitos espirituais e sobre como eles nos formam, mesmo que, muitos destes hábitos sejam realizados “automaticamente ” e sem nenhuma reflexão.
Achei também interessante como o livro trouxe de forma clara coisas simples do nosso cotidiano que muitas vezes imaginamos não estar relacionada com a vida cristã. Acredito que o livro nos encoraja e também é uma ótima ferramenta não só para nos ajudar a refletir, mas nos estimular à prática, direcionando-nos à viver 24 horas do nosso dia para a glória de Deus.
1. “O discipulado diz mais respeito a desejar, ansiar do que a conhecer e crer. A ordem de Jesus para que o sigamos é um chamado a alinhar nossos amores e anseios aos dele – querer o que Deus quer, desejar o que Deus deseja, ansiar pelo que Deus anseia e almejar por um mundo onde ele é tudo em todas as coisas – uma visão que resume na expressão “o reino de Deus ”. (p. 20)
2. “Jesus é um mestre que não apenas instrui nosso intelecto, ele forma nossos próprios amores. Ele não se contenta em apenas depositar novas ideias em nossas mente; ele busca nada menos que nossos desejos, amores e anseios. Seus ‘ensino’ não toca apenas no espaço, calmo, tranquilo e sereno da reflexão e da contemplação; ele é um mestre que invade as regiões mais aquecidas e apaixonadas do coração. Ele é Palavra que penetra até o ponto de dividir alma e espírito”; ele “ é capaz de perceber os pensamentos e intenções do coração” ( Hb 4.12). (p. 21)
3. “Deus não redime apenas nossa mente, mas a pessoa inteira: cabeça, coração, mãos.” (p. 29)
4. “Ser humano é ter um coração. É impossível não amar. Logo, a questão não é se você amará algo acima de tudo, mas o que você amará acima de tudo. E você é aquilo que ama.” (p. 30)
5. “Quando nos damos conta de que não somos apenas coisas pensantes, mas criaturas de hábitos, percebemos que as tentações não se resumem a ideias ruins ou decisões erradas; elas são frequentemente um fator de deformação e hábitos equivocadamente ordenados. Em outras palavras, nossos pecados não são apenas nas decisões ruins e atos errados isolado, mas um reflexo de nossos vícios. E superá-los requer mais que apenas conhecimento; requer uma mudança de hábitos uma reformulação de nossos amores.” (p. 83)
6. “A igreja, o corpo de Cristo, é o lugar onde Deus nos convida renovar nossos amores, reorientar nossos desejos e retreinar nossos apetites. “Para Calvino, a igreja é um ginásio, um campo de treinamento, uma escola e uma comunidade de preparação e prática orientadas (assim esperamos e oramos) pela paideia santificadora e transformada de Deus.” (p. 97)
7. Com grande frequência buscamos o Espírito no extraordinário, quando Deus nos prometeu estar presente no ordinário. Procuramos por Deus no novo e no inusitado, como se sua graça fosse sempre um “evento”, ao passo que ele prometeu que seu Espírito estaria fielmente presente nos meios comuns da graça: na Palavra, na mesa. Insistimos em buscar Deus nas novidade, como se a graça estivesse sempre relacionada à “próxima melhor coisa”, porém Jesus nos encorajou a buscar Deus em uma refeição simples e comum.” (p. 99)
8. “Como Craig Dykstra uma vez já disse:” A vida da fé cristã é a prática de muitas práticas”, não porque isso seja algo que nós conquistemos, mas porque essas prática são “habitações do Espírito”. A práticas de orar e cantar, pregar e ofertar, batizar e participar da comunhão são canoas, barcos e helicópteros que Deus graciosamente manda para nós. Ele nos alcança onde estamos, criaturas de hábitos moldadas por práticas, convidando-nos para uma comunidade de práticas que forma o próprio corpo de seu filho. A liturgia é o modo como aprendemos a nos “revestir” de Cristo (Cl 3.12-1).” (p. 101-102)
9. “O ritmo frenético de nossa vida nos leva, muitas vezes, a adotar rotinas sem maior reflexão. Fazemos o que pensamos que “bons pais” fazem, e podemos pensar que essas são apenas “coisas que fazemos”, sem reconhecer que elas também podem estar fazendo algo a nós. (p. 154)
10. “Pequenas coisas repetidas ao longo do tempo em uma comunidade possuem um efeito formador. Como certa vez disse o Ursinho Puff: “Às vezes são as pequenas coisas que ocupam mais espaço em seu coração”. (p. 208)
Estas foram algumas citações que me chamaram atenção. Mas este é um livro singular que merece uma releitura; por ser rico tanto na teoria como na prática. Para quem deseja desenvolver seus hábitos espirituais acredito ser um livro indispensável.
Um abraço e ótima leitura!