A prisão de Paulo (Atos 21.27- 40)
Os Judeus mais extremistas não gostaram nada de saber que Paulo e os seus companheiros cultuavam no templo. O desprezo e a rejeição por Paulo entre esses homens estavam crescendo como um incêndio que é alimentado pelo vento da maldade.
Além das falsas acusações de abandono da lei mosaica, foi também acrescentado a conta do apóstolo, introduzir gregos (gentios) no lugar sagrado. Uma clara evidência de que grande parte dos judeus daquela época acreditava que somente eles eram dignos de comunhão com o Deus de Israel (v.28).
Esses judeus estavam inflamados para assassinar Paulo, foi necessária intervenção romana para cessar o linchamento. Entre a prisão, gritos e clamores de morte (v.36) Paulo é encarcerado e obtém o direito de se defender diante as acusações (v.40).
Paulo se defende pelo testemunho de Cristo (Atos 22.1-21)
O que me ressalta aos olhos nesta leitura é como Paulo, tendo a oportunidade de se defender, usa a ocasião para dar testemunho de Cristo, contando a sua história de conversão. A ironia aqui é que Paulo deseja mais pregar a Cristo do que preservar a própria vida.
Paulo conta como era antes e depois de Cristo, levantando algum dos títulos e responsabilidades que tinha como Fariseu e também de como era zeloso com a lei. Ao contar sobre o momento do encontro com Cristo, o apóstolo está dizendo aos judeus furiosos que era como um deles, um zeloso da “Torá”, mas sem entendimento e amor verdadeiro pelo Deus da lei.
Ele também buscava a morte perseguindo aos cristãos, sem saber que perseguia ao próprio Cristo; Estevão foi uma das vítimas desse ódio de Paulo por aqueles amigos de Jesus. Mas o fariseu alcançado por esse amor, eleito antes da fundação do mundo (v. 14) e agora pela boa notícia do Evangelho, no batismo teve seus olhos lavados para enxergar a vida pela ótica e palavra de Jesus, o Justo e justificador dos que foram salvos.
Paulo finaliza o seu discurso, ressaltando o seu chamado para os gentios, respondendo aquela antiga questão dos gregos no templo. Ele estava dizendo que o próprio Deus o havia chamado para pregar o Evangelho da reconciliação aos que não eram (Eleitos) para que eles fossem (Salvos). Agora não havia mais separação entre judeus e gregos quanto a comunhão com o Deus de Israel porque, nas palavras de Paulo:
Pois todos vós sois filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus; porque todos quantos fostes batizados em Cristo de Cristo vos revestistes. Dessarte, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus. E, se sois de Cristo, também sois descendentes de Abraão e herdeiros segundo a promessa. (Gálatas 3:26-29)
Aplicação para os nossos dias:
1) Diante de terríveis acusações devemos usar a oportunidade de defesa para sempre testemunhar em favor do Evangelho.
a. Compreender que em cada tribunal levantado contra nós pelos inimigos de Jesus, Deus o transforma em púlpito para um cristão testemunhar das Suas maravilhas
2) Fale do Evangelho e como ele te transformou.
a. Siga o exemplo de Paulo e enfatize a transformação pós encontro com Cristo do que como era a sua vida sem ele.
b. Algumas pessoas acham que contar o seu testemunho é falar de suas vidas passadas, elas acham legal falar que foram “viciadas, traficantes, baladeiras, promíscuas e perdidas”, mas não sabem ressaltar o que Deus transformou em suas vidas pela comunhão com Cristo.
3) Esteja preparado para testemunhar sobre o poder do Evangelho, e não obter resultados imediatos.
a. Paulo é objetivo e inspirador ao falar sobre o Evangelho com os judeus, mas eles estavam tão envenenados pelo ódio e inclinados a maldade que se mantiveram resistentes a mensagem. Algumas vezes iremos pregar e as pessoas não irão nos ouvir, isto não significa que você poderia fazer algo mais para mudar aquela realidade. Se culpar não muda nada.
b. Algumas pessoas simplesmente não irão responder imediatamente ao Evangelho, porém isso não significa, necessariamente, que em outra oportunidade isso não aconteça.
Para finalizar, oro lembrando que somos salvos também para proclamar a salvação e que em breve celebraremos na eternidade os frutos de todo o nosso trabalho no Senhor:
Senhor Jesus Cristo, tú é o alicerce de nossa vida e da nossa fé. Mesmo quando o mundo te rejeita, nós cantamos o teu louvor. Ajuda-nos a amar e a servir aos outros, mesmo quando rejeitam a nós e a ti. Em teu nome há cura, em tua morte há vida, em tua ressurreição há esperança e, no teu retorno, todos os joelhos se dobraram. Senhor Jesus, vem depressa! Amém. (LECIONÁRIO 2021)