Hoje nós vamos falar sobre a defesa de Paulo perante o governador de Cesareia, Félix, e em como esta oportunidade contribuiu para que ele não fosse morto em Jerusalém pelos judeus. Mas antes vamos fazer uma breve recapitulação.
Recapitulando (Atos 22.22-24.9)
Antes de ir para o nosso texto base, vamos trazer à memória os eventos que levaram Paulo diante do Governador Félix:
1. Paulo, depois de ser acusado injustamente pelos judeus e preso pela guarda imperial, revela sua identidade romana ao centurião e o comandante da guarda (Atos 22.22-30).
2. Ele é apresentado ao sinédrio para se defender, mas isso piora sua situação com os judeus que clamavam à sua morte (Atos 23.1-10).
3. O Senhor aparece à Paulo e o encoraja, dizendo que Roma era o seu próximo destino, que lá o Evangelho deveria ser testemunhado. Imagine o medo do Apóstolo que já vivia de uma jornada cansativa de acusações, prisões e defesas! (Atos 23.11)
4. A cilada que os judeus tramavam para matar Paulo fez com que ele fosse enviando a uma instância maior, que o pudesse proteger e fazer um julgamento justo, digno de um romano (Atos 23.12-35)
5. Paulo é levado perante Félix e acusado por Ananias, sumo sacerdote e Tértulo, advogado de acusação (Atos 24.1-9).
Paulo apresenta sua defesa e admite fazer parte do Caminho (Atos 24.10-27)
O apóstolo Paulo, consciente da sua inocência e ciente de que seu futuro estava ligado a Roma, apresenta os argumentos da sua inculpabilidade à Félix, que atentamente o escuta.
Entretanto, Paulo admite fazer parte do “Caminho” ao qual os judeus acusavam ser uma seita relacionada aos seguidores de Jesus. O Apóstolo completa seu testemunho dizendo que tanto a lei mosaica, quanto os escritos dos profetas estão de acordo com os ensinamentos de Cristo. Os do “Caminho” crêem, assim como grande parte dos judeus, na ressurreição dos justos e injustos, e que por isso serviam ao Deus dos seus pais com boa consciência (v. 15).
Em resumo, Paulo estava sendo acusado de seguir a mesma crença de seus acusadores, algo que não fazia sentido para fosse condenado a morte (v. 21).
Félix e sua mulher escutam o Evangelho por meio do testemunho de Paulo
Cristo Jesus era a mensagem central de Paulo a qualquer pessoa. Félix trouxera-lhe sua mulher que era judia e ambos ouviram o Evangelho pela vida do Apóstolo. Considero interessante destacar os três aspectos da pregação de Paulo:
1. Justiça– A pregação do Evangelho está totalmente ligada ao conceito de justiça, seja ela Justiça divina (perfeita) ou justiça humana (imperfeita). Felix estava diante de um homem que pregava em todos os lugares que nós deveríamos ser julgados diante de Deus pelos nossos pecados, mas que nesse julgamento Jesus nos substituiria levando em si a punição que seria nossa.
2. Domínio próprio– Que homem poderia dominar a si mesmo sem o poder do Espírito Santo, agindo em uma nova natureza recriada na obra de Jesus? Somos todos culpados por não dominar a nós mesmos, nossa depravação nos controla como escravos, mas Deus exige uma vida santa e aqueles que não forem regenerados nunca dominarão a si mesmos.
3. Juízo vindouro– Algumas pessoas julgariam inconveniente falar sobre o juízo vindouro, céu e inferno, nos primeiros encontros evangelísticos. Entretanto, Paulo não poupou o tema, explanou a terrível e esplêndida doutrina do Juízo vindouro, que ao mesmo tempo será uma festa para os que foram salvos e um lamento para os que serão condenados.
Aplicações
Paulo era um ser humano, pecador salvo pela graça, contava com a comunhão com Deus e mesmo assim não foi poupado dos sofrimentos propostos aos discípulos de Jesus. Você provavelmente não será perseguido por fanáticos religiosos, eles não pedirão a sua morte diante das diversas autoridades, mas não se engane. Satanás tentará de qualquer maneira abafar o seu testemunho, pois se você é um cristão genuíno, certamente você é um alvo de ataques.
Acredito que hoje o nosso inimigo utilize outras armas contra os cristãos: mais prazer e menos sofrimento. No sofrimento nós corremos para Deus, no prazer corremos de Deus. Lembre-se da doutrina, da Justiça de Deus, do Domínio próprio e do Juízo vindouro. O Evangelho é poderoso para nos levar ao centro da vontade de Deus.
O Senhor disse a Paulo “tenha coragem”, novamente ele diz a nós “sejam corajosos”. Não poupemos esforços para viver uma vida digna diante de Deus e dos homens; testemunhemos todo o Evangelho, sem reservas, em todos os lugares da terra.