Lembraram-se os seus discípulos de que está escrito: O zelo da tua casa me consumirá (João 2:17).
O templo, no tempo de Jesus, era o lugar de adoração do povo de Deus e a venda de animais para as cerimônias de sacrifício era comum aos arredores do local da adoração para que o viajante pudesse adquirir a sua oferta. O problema talvez tenha sido o local onde se comercializava (O Templo), pois o ato descaracterizava o lugar que não seria mais para a adoração e tudo o que fosse feito, ali, perderia o sentido.
A questão é que Jesus, movido de zelo santo, ao ver o “templo” lugar da adoração sendo tratado como casa de comércio, se enfurece. Um ato/símbolo profético apontando para a sua segunda vinda onde Ele, imbuído de autoridade, irá julgar as nações segundo as suas obras (Sl 2.12).
Os discípulos de Jesus discernem a suas “palavras e atos” como cumprimento das próprias Escrituras sagradas:
Pois tenho suportado afrontas por amor de ti, e o meu rosto se cobre de vergonha. Tornei-me um estranho para os meus irmãos e um desconhecido para os filhos da minha mãe. Pois o zelo da tua casa me consumiu, e as ofensas dos que te insultam caem sobre mim. Chorei, jejuei, mas até isto se tornou motivo de deboche para mim. (Salmos 69.7-10).
A Páscoa anunciava a lembrança das palavras (A lei entregue a Moisés) e os atos (A libertação do povo do Egito) de Deus, mas será que havia consciência e reverência dos judeus que questionaram Jesus ou eles só se importavam com as coisas do presente?
Um sinal eles pedem, mas Jesus ressuscitado é o que será oferecido a eles. E não conseguem enxergar a palavra de Deus encarnada, como haverão de crer, de fato, no Filho de Deus? Jesus conhecia bem o coração depravado do homem: aplaudem um milagre e crucificam Aquele que o realiza. Jesus não confiava naqueles homens.
Ao final da narrativa, os discípulos percebem que Deus está agindo, que Jesus está virando mesas e proferindo palavras aos homens, os seus alunos se admiram e creem, são edificados nas palavras e atos de Jesus. Mas os incrédulos estão em profundas trevas, tem olhos, mas não enxergam, ouvidos, mas não escutam. O Cristo é um mistério para eles, não sabem de onde vem a sua autoridade, não compreendem os seus caminhos e não beijam o ungido de Deus.
Minha oração é que você perceba que Jesus zela pela sua vida como casa de Deus, afinal de contas, Deus não habita em templos feitos por mãos humanas, mas pelo Espírito Santo fez morada em nós. Que não transformemos o lugar onde Deus habita em local profano, de comércio e banalidades. Que nossa vida integral seja o ambiente onde Deus é adorado, suas palavras são reverenciadas e seus atos aclamados.