UM CONVITE PARA PARTICIPAR DO QUE DEUS ESTÁ FAZENDO (JOÃO 6.1-15)

Jesus está em movimento, anda de região para região pregando o Evangelho e se encontrando com pessoas. A sua missão é essa, e agora grande multidão o segue.

Ressaltemos que nesta passagem do evangelho de João, Jesus está prestes a realizar um grande milagre, entretanto, desta vez ele usará pessoas no processo. Isto é incrível! Porque como já vimos, Jesus é Deus (integrante da Trindade), e Deus é suficiente em si mesmo, faz o que lhe agrada sem conselhos externos a si ou necessidade de ajuda. Mas observem, Jesus convida pessoas para participar do milagre.

Nesta passagem podemos classificar as pessoas em 3 grupos:
  • A multidão – Seguia Jesus por causa dos sinais e milagres, muitos apenas por isso e outros tantos talvez por que Jesus ativava neles uma expectativa messiânica (confusa, mas autêntica);
  • Os discípulos – Felipe e André representam os alunos íntimos de Jesus; aqueles que estavam seguindo-o há muito tempo e aprendendo o que era a vida no reino de Deus;
  • O menino – Desprezado, sem nome e com um coração disposto a entregar o que tinha. Um exemplo para todos nós.
Andar com Jesus significa ser desafiado a viver e cooperar no que Deus está fazendo no mundo.

Deus está em movimento; Jesus está andando por diversos lugares se encontrando com pessoas. Nós estamos entre elas, seguindo de perto, apreendendo e sendo desafiados para participar do ministério da redenção.

A multidão está pelo mundo “como ovelhas que não tem pastor”. Apesar da falta de profundidade de propósito, por estarem neste deserto por diversos motivos, Jesus não as ignora; antes se compadece e aproveita a oportunidade para imprimir nos seus discípulos mais da consciência do que é ser “Imagem e semelhança de Deus”.

Mesmo já sabendo o que iria fazer, Ele pergunta à Felipe. Deus por muitas vezes é assim: mesmo tendo um plano definido nos convida a participar da sua obra. A pergunta não é para ele, e sim para nós. Este tipo de pergunta nos desafia a olharmos para o nosso próximo tirando os olhos de nós mesmos. Jesus estava prestes a fazer algo extraordinário, mas precisava deixar claro que se alguém quisesse ser discípulo, deveria sair da posição de espectador de milagres para co-participante de milagres.

Felipe faz as contas e vê que ela não fecha. André vai além, mas não tanto e apresenta a Jesus um menino que “parece ter se voluntariado a ajudar”. Porém, o discípulo que o trás já tem uma sentença: “o que é isto para tanta gente”.

Quando pouco é o bastante

Um menino: quem sabe o seu nome? Nesta passagem, o que deveria ser lembrado era a sua atitude e não a sua identidade. A atitude do garoto é o que Jesus procura; o menino percebeu que Jesus estava na iminência de algo. Os discípulos perderam esse discernimento porque focaram no desafio (Que era muito maior do que ele), enquanto o menino olhou para Jesus e mesmo “sem saber o que, sabia quem”.

O milagre acontece: Jesus recebe a oferta do menino e faz dela um milagre que alimenta a multidão e deixa saldo para viagem. A diversidade de ensinamentos que esta passagem nos dá é, assim como o milagre[1], gigantesca. No entanto, gostaria de destacar o que podemos aplicar em nossas vidas hoje.

1) Andar com Jesus sempre é ser desafiado a coisas grandes – A ordem de Jesus é sobre “ir aos confins, a todas as nações” e isso meus amigos, é grande. Não importam quais recursos e habilidades você dispõe, Jesus te convida para entregá-los e participar do milagre da multiplicação.

2) Generosidade e coração puro – Aquela criança não estava envenenada pelo egoísmo que carregamos hoje, ao contrário, estava disposta a repartir o que possuía com outros. Ela sabia que não era muito, mas confiava que Jesus podia fazer algo com o que oferecia. Ela não ficou pensando que aqueles pães e peixinhos lhe fariam falta, simplesmente os entregou. Apenas a pureza do Evangelho pode nos levar a fazer tal coisa.

3) O tamanho da necessidade não pode ser maior do que o tamanho da nossa fé em Jesus – Quando se trata dos desafios que temos como Igreja de Jesus, podemos ficar atordoados ao perceber o tamanho dos problemas com os quais somos chamados a nos envolver. Contudo, devemos ter maior atenção no Cristo que nos chama. Se Deus te chamou a fazer algo que envolve uma multidão de pessoas, confie que Ele já tem um plano, e o seu convite para nós faz parte da sua metodologia de amadurecimento em fé e boas obras.

A minha oração é que a Igreja de Jesus perceba o que Deus está fazendo, que as multidões a sejam alcançadas e respondam positivamente ao convite para participar da obra de Deus. Que não permaneçamos paralisados ou desanimados pela nossa falta de recursos, habilidades ou pelo tamanho do desafio, ao contrário, que possamos descansar e nos alegrar em Deus e em sua graça, amém!

[1] Li um livro escrito exclusivamente para comentar João capítulo 6. Ele é incrível e vai te inspirar e ajudar a pensar nestes assuntos. O nome do Livro é “Quando pouco é o bastante” publicado pela Charpentier

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