DE QUEM FOI A CULPA PELA MORTE DE JESUS? REFLEXÃO EM LUCAS 23.1-49

A crucificação de Jesus é, sem dúvida, o momento mais solene da história da humanidade. O texto de Lucas 23.1-49 nos conduz a esse clímax: o Filho de Deus sendo julgado injustamente, rejeitado por homens, mas entregue segundo a vontade de Deus.

Na narrativa, vemos Jesus diante de Pilatos e Herodes. Mesmo declarado inocente, Ele é condenado, não por justiça, mas pela pressão de uma multidão manipulada. Pilatos cede, Herodes zomba, e o povo grita: “Crucifica-o!” O inocente é trocado por Barrabás, um criminoso. E a cruz se torna o palco do maior ato de amor já visto.

Lucas deixa claro que Jesus não foi apenas morto — Ele se entregou. Mesmo em meio ao sofrimento, perdoa seus algozes e oferece o paraíso a um malfeitor arrependido. Na cruz, Ele não perde o controle: é Senhor até da sua morte.

O véu do templo se rasga, as trevas caem sobre a terra e um centurião romano reconhece: “Verdadeiramente, este homem era justo”. Mas afinal, de quem foi a culpa da morte de Jesus?

1. Os Homens são Responsáveis

A lista de culpados é extensa. Judas o entregou por ganância. O Sinédrio o entregou por inveja. Pilatos o entregou por covardia. Herodes zombou. Os soldados executaram. O povo gritou por sangue.

“Crucifique-o! Crucifique-o!” — gritavam, inflamados por líderes religiosos. Um refrão sombrio, um retrato do coração humano corrompido. (William Hendriksen, Comentário de Lucas)

Sim, todos eles participaram. Cada um teve sua parcela de responsabilidade. Mas a Bíblia vai além.

2. Nós Somos Culpados

As Escrituras afirmam com clareza: Jesus morreu pelos nossos pecados.

  • “Cristo morreu por nossos pecados” (1 Co 15.3)
  • “O qual por nossos pecados foi entregue” (Rm 4.25)
  • “Ele levou sobre si o pecado de muitos” (Is 53.12)
  • “Levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro” (1 Pe 2.24)

Cada chicote, cada zombaria, cada cravo — tudo aquilo foi resultado da nossa culpa. Nós também estávamos naquele julgamento. Nós também gritamos: “Crucifica-o!” com nossas escolhas, omissões e pecados.

3. Deus é o Autor do Plano

Talvez essa parte choque, mas é o que a Bíblia revela com clareza: Deus entregou seu Filho.

  • “Todavia, ao Senhor agradou moê-lo” (Is 53.10)
  • “A este, conforme o plano determinado e a presciência de Deus, vocês mataram” (At 2.23)
  • “Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou” (Rm 8.32)
  • “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito” (Jo 3.16)

Deus não foi um mero espectador. A cruz foi o centro do Seu plano eterno de redenção. A justiça foi satisfeita, o amor foi revelado, e a salvação foi consumada.

Conclusão: Diante da Cruz, Qual é a Nossa Resposta?

A cruz não é apenas uma lembrança histórica. Ela é o ponto de decisão de cada ser humano.

Podemos culpar os judeus, Pilatos, os soldados… mas no fundo, sabemos: nossos pecados o levaram à cruz. E ainda assim, Ele foi voluntariamente. Para que hoje, ao olharmos para a cruz, possamos não fugir, mas crer. Crer que o justo morreu pelos injustos. Que o inocente se fez culpado por nós. Que o amor venceu a culpa.

A cruz é o maior ato de justiça e amor já visto — e nos chama para uma resposta: arrependimento, fé e entrega.

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