MULTIPLICANDO AS RIQUEZAS DE DEUS

No Evangelho de Mateus, capítulo 25, versículos 14 ao 30, temos a parábola dos talentos. Jesus usa da sabedoria popular para ilustrar uma verdade do Reino de Deus: é preciso multiplicar as riquezas que Deus tem nos confiado, pois prestaremos contas disso a Ele. A parábola começa assim:

“— Pois será como um homem que, ausentando-se do país, chamou os seus servos e lhes confiou os seus bens. A um deu cinco talentos, a outro deu dois e a outro deu um, de acordo com a capacidade de cada um deles; e então partiu (Mt 25:14,15)”.

1 – O Senhor concede riquezas (v.14)

Para melhor compreensão, devemos saber que talento era uma unidade de cálculo monetário (embora não seja uma moeda real) e que valia cerca de 6000 dracmas, o equivalente ao salário de 20 anos de um trabalhador. Ou seja, cada servo recebeu uma pequena fortuna. Dito isso, podemos interpretar que o senhor muito rico e que confia suas riquezas a cada um dos seus servos é o próprio Senhor Jesus, conforme vemos na série de parábolas registradas nos capítulos 24 e 25.

Um erro que não pode ser cometido ao ler esta parábola, é achar que Jesus está ensinando a multiplicar seu dinheiro. Seu objetivo é ilustrar como será o dia do Senhor (cf Mt 25:13,14): Jesus (o senhor que se ausenta) voltará e fará um ajuste de contas com a humanidade (os servos a quem ele confia suas riquezas).

2 – Deus nos concede riquezas conforme as nossas capacidades (v.15)

À luz de textos como Rm 12:6-8 e Ef 4:7,8, sabemos que o Senhor concede dons (habilidades, recursos etc.) aos homens conforme a medida de Seu dom e a fé de cada um. Lembrando que esta parábola se encontra no meio de outras que ilustram como será o Dia do Senhor, vemos, por exemplo, que o servo fiel de Mt 24:45-51 é semelhante ao pai de família que vigia e não deixa sua casa ser arrombada de Mt 24:36-44. Além dos justos (ovelhas) de Mt 25:31-46 que são aprovados por terem usado seus recursos a favor dos vulneráveis. Assim, talentos podem ser compreendidos como os dons que o Senhor concede a cada homem, especial e principalmente, aos seus discípulos.

3 – O servo fiel é aprovado (v.16-23)

Multiplicar as riquezas na parábola é algo secundário, sendo apresentado como resultado da fidelidade no uso dos recursos. Como podemos chegar a esta conclusão? As palavras de aprovação do Senhor que são repetidas aos dois primeiros servos:” muito bem, servo bom e fiel; você foi fiel no pouco, sobre o muito o colocarei; venha participar da alegria do seu senhor (Mt 25:21,23).” O que é aprovado pelo Senhor é a fidelidade deles no uso dos recursos. Ou seja, quando alguém te confia riquezas, o uso correto dado a elas é o investimento para a multiplicação. Eles são aprovados, pois o “pouco” que lhes foi entregue foi usado de modo correto. A ênfase está na fidelidade, não no resultado dela.

4 – O servo infiel é reprovado (v.24-27)

O servo infiel é reprovado pela má compreensão de quem é o Senhor e má administração dos seus recursos. O Senhor o chama de mau e preguiçoso. Ele é mau, pois não considerou que os recursos que tinha em mãos não eram dele, o que deveria movê-lo em cuidado. E preguiçoso, pois sabia que seu Senhor era capaz de fazer coisas extraordinárias, por isso, ele deveria fazer, pelo menos, o mínimo necessário.

6 – O fiel recebe mais e o infiel perde o pouco que tem (v. 27-30)

O fiel terá mais para administrar, como benção de Deus, sobre a vida dele. Já o infiel, o pouco que tem lhe será tirado e ele será lançado nas trevas; linguagem utilizada para simbolizar o inferno.

Conclusão

Tendo exposto tudo isto, posso afirmar que o Senhor Jesus não vai perguntar se você aplicou seu dinheiro em um CDB, na bolsa de valores ou abriu um negócio para multiplicá-lo. Mas, Ele questionará como foram utilizadas as riquezas que Ele te concedeu, seja dinheiro, habilidades ministeriais, profissionais, emocionais, etc.

O único modo de ser encontrado como servo fiel é compartilhando as riquezas. Ou seja, se você quer ser um servo que multiplica as riquezas, você precisa compartilhá-las. É preciso ser generoso! Mas, você não pode ter em mente a multiplicação dos recursos e sim, a fidelidade na utilização deles. É como o Senhor Jesus nos ensina no Sermão do Monte (Mt 6:19-24): devemos ajuntar tesouros no céu. Para isso, devemos ser generosos, e isso deve ser feito com um coração que deseja adorar (servir) a Deus.

Assim sendo, para adorar a Deus, devemos ser fiéis na utilização de suas riquezas a fim de que elas sejam multiplicadas para benção de outros. Pois, ser fiel é compartilhar o que Deus tem nos dado. Multiplicar as riquezas de Deus é compartilhá-las com o necessitado!

Aplicação

Talvez, você seja uma pessoa generosa e que deseja ser encontrada fiel a Deus. Te convido a permanecer fiel e vigilante quanto a intenção do seu coração, para que não seja encontrado como alguém que se justifica pelo que faz, mas não faz porque foi justificado por Deus.

E se você for alguém que entende que precisa ser mais generoso e fiel na utilização dos recursos que o Senhor te deu, te convido a começar a ser agora! Ponha em prática a generosidade mesmo não sendo generoso. Não há forma de se aprender algo sem colocar em prática! Ore ao pai para que Ele opere a transformação em você e te sustente em fidelidade.

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