O que tem a noiva é o noivo; o amigo do noivo que está presente e o ouve muito se regozija por causa da voz do noivo. Pois esta alegria já se cumpriu em mim. Convém que ele cresça e que eu diminua. (João 3.26-30)
Aqui está uma proposta pouco popular e atrativa entre os evangélicos de nosso tempo: fazer com que Cristo seja maior do que nós mesmos. Isso seria radical, pois desta forma deveríamos renunciar toda a glória humana para que Jesus pudesse ser glorificado e somente Ele aparecesse como o protagonista de nossas histórias.
Mas as pessoas do nosso tempo só pensam em como se promoverem, serem famosas e reconhecidas neste mundo. Eu acredito que não há problema em ser reconhecido entre os homens; a questão é como chegamos a este lugar de evidência e se acima de nós está Cristo crucificado. Afinal, o verdadeiro discípulo de Jesus está sempre acompanhando atenta e humildemente o seu Mestre.
João, o maior entre os profetas, bem sucedido em seu ministério, havia ganhado notoriedade em toda região por batizar os que se arrependiam. João, o batista, preparava o caminho, mas ele mesmo disse: “Eu não sou o Cristo”.
O arauto de Deus tinha a missão de conduzir as pessoas ao único que poderia salvá-las do pecado, da morte e do inferno: Jesus o ungido de Deus. A alegria de João estava completa no encontro de Jesus com os pecadores, e isso era maior do que João. Inclusive era chegado o momento de o profeta sair de cena, o protagonista da história havia chegado. Era à hora dele diminuir para que Jesus crescesse entre os seres humanos.
Quantos de nós estamos dispostos a seguir o exemplo do profeta? O caminho do discipulado é negar a si mesmo e buscar a vontade do Pai por intermédio do Messias. Mas hoje as pessoas só pensam em si mesmas, em suas carreiras, em seus sonhos, em como ficarem felizes e satisfeitas, elas só pensam nos likes e no quanto serão vistas. Loucos, não sabem que a única fonte de satisfação e felicidade plena está na obra trinitária realizada no ministério de Jesus.
Cabe aos verdadeiros discípulos de Jesus negar a si mesmos, e dizerem “eu não sou o Cristo”. Ao enxergar um cristão, os homens devem ver aquele que está acima deles. E que Ele cresça em nossa vida, que nossas casas, trabalho, faculdade e ciclos de relacionamento se tornem altares onde Jesus será engradecido. Quando o mundo enxergar como somos felizes e contentes, que possamos dizer “eu não sou o Cristo, Jesus é o motivo e razão de tudo isto!”.
Negar a si mesmo é matar todos os dias o velho homem para que o verdadeiro, nascido da água e do Espírito, possa viver e testemunhar das maravilhosas obras de Deus.
Minha oração é para que os evangélicos de nosso tempo voltem para o Evangelho e deixem de lado a vaidade, a prepotência e o culto ao ego, se arrependam e digam ao mundo que Cristo é suficiente. Que busquemos uma vida cristã com menos extravagância e mais humildade; é necessário que Ele cresça!